30 de abril de 2015
Nikolai Sokolov.
Nikolai Sokolov.
Em março de 1917, o tsar russo
Nikolai II Romanov abdicou. Algum tempo depois, ele e sua família foram
brutalmente assassinados. Mas poucos sabem que foi graças ao
investigador Nikolai Sokolov que hoje sabemos o que realmente aconteceu
com a família real.
Nikolai Sokolov é uma figura pouco conhecida na
história da Rússia. No entanto, foi esse homem que revelou ao mundo a
verdadeira história por trás da morte do último tsar russo.
Nascido em maio de 1882, formou-se em Direito e, antes da Revolução de 1917, Sokolov trabalhava como investigador forense. Após a instauração da URSS, atingiu o cargo de investigador de casos de importância especial no tribunal distrital de Penza, embora se mantivesse fiel ao antigo sistema.
“Depois de entrar em licença médica, Sokolov foi até a Sibéria”, conta Vladímir Soloviov, investigador e criminologista sênior do Departamento principal de Criminologia do Comitê de Investigação da Rússia, que virou o sucessor de Sokolov, de 1993 a 2011.
“Fui convocado pelo Almirante Alexander Koltchak, que colocou a investigação sob minha responsabilidade”, diz Soloviov. “Mas é evidente que sem as informações de Sokolov, os contemporâneos teriam dificuldades para compreender os acontecimentos daquela época. O seu principal mérito foi provar que a família real foi, de fato, morta a tiros.”
Investigação inicial
Depoimentos e provas levaram Sokolov à conclusão de que o assassinato dos membros da família real aconteceu em 17 de julho. Segundo a investigação, agentes especiais esperavam a entrada do Exército Branco na cidade, portanto, tiraram os corpos da casa de Ipatiev e os levaram para Ganina Yama, onde havia uma mina abandonada.
“Lá o investigador descobriu um grande número de pequenos fragmentos ósseos picados e queimados, coisas e objetos que foram identificados pelas pessoas próximas à família real”, diz a historiadora Ludmila Likova.
Naquela época, Sokolov suspeitou que os corpos haviam sido queimados, mas essa conclusão foi rejeitada. Descobriu-se que, após tentativas frustradas de queimar os corpos, os agentes da polícia secreta os enterraram.
Emigração e morte
O Exército Branco sofreu uma derrota e retirou-se para o leste, mas Sokolov continuou a investigação. “Ele recolheu os documentos de valor, os conservou e levou para fora do país”, conta Likova. Na Europa, os familiares de Romanov não acreditaram no investigador e pensavam que a família real estava viva.
Nos últimos anos de vida, Sokolov preparou um relatório completo da investigação para a Imperatriz Maria Feodorovna, mãe de Nikolai II, e escreveu o livro “O Assassinato da Família Real”, baseado no material da investigação.
Há indícios de que o investigador queria voltar à Rússia para retomar a investigação. No entanto, Sokolov morreu aos 43 anos na França, em 1924.
Novo inquérito
O interesse pelos detalhes da morte da família real ressurgiu em 1993, após o colapso da União Soviética. Documentos relativos ao caso da morte descobertos por Sokolov foram procurados ao redor de todo o mundo.
Em alguns lugares conseguiu-se organizar a transferência das cópias dos materiais; em outros, eles tiveram que ser comprados. O Duque de Liechtenstein, por exemplo, comprou os arquivos de Sokolov em leilão na Sotheby’s e os entregou à Rússia.
Grande parte do material da investigação e os documentos originais também foram encontrados em Jordanville, nos EUA, em Bruxelas e em templos da Igreja Ortodoxa Russa no exterior.
http://gazetarussa.com.br/arte/2015/04/30/quem_revelou_a_tragedia_dos_romanov_29809
Nascido em maio de 1882, formou-se em Direito e, antes da Revolução de 1917, Sokolov trabalhava como investigador forense. Após a instauração da URSS, atingiu o cargo de investigador de casos de importância especial no tribunal distrital de Penza, embora se mantivesse fiel ao antigo sistema.
“Depois de entrar em licença médica, Sokolov foi até a Sibéria”, conta Vladímir Soloviov, investigador e criminologista sênior do Departamento principal de Criminologia do Comitê de Investigação da Rússia, que virou o sucessor de Sokolov, de 1993 a 2011.
“Fui convocado pelo Almirante Alexander Koltchak, que colocou a investigação sob minha responsabilidade”, diz Soloviov. “Mas é evidente que sem as informações de Sokolov, os contemporâneos teriam dificuldades para compreender os acontecimentos daquela época. O seu principal mérito foi provar que a família real foi, de fato, morta a tiros.”
Investigação inicial
Depoimentos e provas levaram Sokolov à conclusão de que o assassinato dos membros da família real aconteceu em 17 de julho. Segundo a investigação, agentes especiais esperavam a entrada do Exército Branco na cidade, portanto, tiraram os corpos da casa de Ipatiev e os levaram para Ganina Yama, onde havia uma mina abandonada.
“Lá o investigador descobriu um grande número de pequenos fragmentos ósseos picados e queimados, coisas e objetos que foram identificados pelas pessoas próximas à família real”, diz a historiadora Ludmila Likova.
Naquela época, Sokolov suspeitou que os corpos haviam sido queimados, mas essa conclusão foi rejeitada. Descobriu-se que, após tentativas frustradas de queimar os corpos, os agentes da polícia secreta os enterraram.
Emigração e morte
O Exército Branco sofreu uma derrota e retirou-se para o leste, mas Sokolov continuou a investigação. “Ele recolheu os documentos de valor, os conservou e levou para fora do país”, conta Likova. Na Europa, os familiares de Romanov não acreditaram no investigador e pensavam que a família real estava viva.
Nos últimos anos de vida, Sokolov preparou um relatório completo da investigação para a Imperatriz Maria Feodorovna, mãe de Nikolai II, e escreveu o livro “O Assassinato da Família Real”, baseado no material da investigação.
Há indícios de que o investigador queria voltar à Rússia para retomar a investigação. No entanto, Sokolov morreu aos 43 anos na França, em 1924.
Novo inquérito
O interesse pelos detalhes da morte da família real ressurgiu em 1993, após o colapso da União Soviética. Documentos relativos ao caso da morte descobertos por Sokolov foram procurados ao redor de todo o mundo.
Em alguns lugares conseguiu-se organizar a transferência das cópias dos materiais; em outros, eles tiveram que ser comprados. O Duque de Liechtenstein, por exemplo, comprou os arquivos de Sokolov em leilão na Sotheby’s e os entregou à Rússia.
Grande parte do material da investigação e os documentos originais também foram encontrados em Jordanville, nos EUA, em Bruxelas e em templos da Igreja Ortodoxa Russa no exterior.
http://gazetarussa.com.br/arte/2015/04/30/quem_revelou_a_tragedia_dos_romanov_29809