O Domingo Sangrento que ocorreu em 22 de Janeiro de 1905, foi uma tragédia que vitimou cerca de 200 pessoas e fez centenas de feridos.
O Padre Gapon foi o responsavel pelo ajuntamento de milhares de pessoas em São Peterburgo.
A situação na cidade era caótica, pois há uma semana pelo menos que havia greve geral e distúrbios.
Para entregar uma petição ao Czar Nicolau II, Gapon não precisava de milhares de pessoas com ele.
Para entregar uma petição ao Czar Nicolau II, Gapon não precisava de milhares de pessoas com ele.
A multidão era de cerca de 4000 pessoas, muitas das quais foram arrastadas pelo caminho.
Para entregar uma petição, bastaria se reunir com alguns trabalhadores e pedir uma audiencia com o Czar Nicolau II.
A Petição era em parte justa, e em outros pontos revolucionária.
Estes eram os pedidos:
- Anistia para os presos políticos
- Assembleia Constituinte
- Sufrágio Universal
- Separação entre igreja e Estado
- Liberdade de expressão e de imprensa
- Fim da guerra contra o Japão
- Oito horas de jornada de trabalho
- Imposto sobre a renda
- Salário minimo
Fonte Nicolau e Alexandra, páginas 60-61
Os primeiros cinco pontos, o Czar não aceitaria porque era uma revolta contra a sua autoridade e também contra o seu juramento no dia da coroação.
Os outros 4 pontos, com certeza que ele ia ponderar mas não teve tempo.
No dia anterior, dia 21 de Janeiro , as fontes relatam que o Czar foi informado pela
Okhrana, que era a polícia secreta do Império e por um ministro que haveria
tumulto violento e talvez tentassem invadir o Palácio.
Ele escreveu no Diário:
“Foram
enviadas tropas dos arredores para reforçar a guarnição”, ele escreveu
no diário. “Até agora os trabalhadores se mantiveram calmos. Seu número é
estimado em 120 mil. Na liderança dos sindicatos está uma espécie de
padre socialista chamado Gapon. Mirsky veio hoje à noite trazer o
relatório das medidas tomadas.”
Em nenhum momento, le-se que o Czar deu ordem para um massacre, Fonte: O Último Czar de Edvard Radzinshy
Caiu na armadilha da Okhana e se retirou para Czar Koe Selo,
sem no entanto dar ordem de atirar, salvo se o Palácio
corresse perigo.
A Okhrana usou a repressão à procissão (o "Domingo Sangrento") como um meio de demonstrar a força do regime e reprimir qualquer oposição.
Gapon, pretendia assim intimidar o Czar ao convocar e mesmo arrastar pessoas para junto de Si para formarem uma grande multidão.
Chegados em frente ao Palácio, Gapon disse que não sairiam dali até vir o Czar.
O Exercito que com certeza obedeceu á ordem da Okhrana e provavelmente do Grão Duque Vladimir Alexandrovch, disparou contra as pessoas.
As quarentas pessoas que estavam perto de Gapon, foram baleadas, menos ele mesmo no meio, oque por si só já é um ato suspeito.
A noite, o Czar foi informado pela polícia que « escapara de perigo mortal e que as tropas foram obrigadas a atirar para defender o Palácio».
Ele ficou muito abalado e escreveu em seu diário:
9 de Janeiro de 1905- Um dia difícil!!
sérios distúrbios em Petersburgo, em consequencia da tentativa dos trabalhadores de tomar o Palácio de Inverno. As tropas foram obrigadas a atirar e , em vários pontos da cidade, pessoas foram mortas ou feridas. Senhor, é tão doloroso e duro!
Fonte: O Último Czar de Edvard Radzinshy
A Czarina ficou desesperada .
Os
ministros se reuniram, alarmados, e Witte sugeriu que o czar se
dissociasse publicamente do massacre, declarando que as tropas haviam
atirado sem ordem. Nicolau se recusou a revelar que as tropas imperiais
haviam sido os responsáveis e decidiu receber em Tsarskoe Selo uma
delegação de 34 trabalhadores selecionados.
A
imperatriz estava em desespero. Cinco dias depois do “Domingo
Sangrento”, ela escreveu à irmã, princesa Vitória de Battenberg:
“Você
entende a crise pela qual estamos passando! Realmente, é um tempo cheio
de provações. A cruz do meu pobre Nicky é pesada demais para suportar,
ainda mais porque ele não tem ninguém em quem confiar totalmente, que
possa lhe dar uma verdadeira ajuda.
Ele teve tantas decepções amargas,
mas, apesar de tudo, permanece corajoso e cheio de fé na misericórdia de
Deus. Ele tenta com tanto empenho, trabalha com tanta perseverança, mas
a falta do que chamo de homens ‘verdadeiros’ é grande... Os maus estão
sempre por perto, os outros, com falsa humildade, ficam por trás.
Devemos tentar ver mais gente, mas é difícil. De joelhos, rezo a Deus
que me dê sabedoria para ajudá-lo nessa pesada tarefa... “Não acredite
em todos os horrores que os jornais estrangeiros dizem. Eles deixam as
pessoas de cabelos em pé – exagero revoltante.
Sim, as tropas, alas,
foram obrigadas a atirar. Disseram repetidamente à multidão que
recuasse, que Nicky não estava na cidade (pois estamos passando o
inverno aqui) e que ninguém fosse obrigado a atirar, mas eles não deram
atenção e o sangue foi derramado.
No total, 92 mortos e 200-300 feridos.
Uma coisa medonha, mas se não o tivessem feito, a multidão se tornaria
colossal e 1.000 teriam sido esmagados.
Em todo o país, é claro, isso
está se espalhando. A petição tinha somente duas questões relativas aos
trabalhadores e todo o resto era atroz: separação da Igreja do governo
etc., etc. Se uma pequena delegação tivesse trazido, calmamente, uma
verdadeira petição pelo bem dos trabalhadores, tudo teria sido
diferente. Muitos dos trabalhadores ficaram desesperados quando souberam
mais tarde o que a petição continha e imploraram para voltar ao
trabalho sob a proteção das tropas. “Petersburgo é uma cidade podre, nem
um átomo russa. O povo russo é profunda e verdadeiramente devotado ao
seu soberano, e os revolucionários usam seu nome para provocá-los contra
os senhores rurais, mas não sei como. Como eu queria ser inteligente
para ser de verdadeira utilidade.
Amo meu novo país. É tão jovem,
poderoso e tem tantas coisas boas, apenas absolutamente desequilibrado e
infantil. Pobre Nicky, tem uma vida amarga e dura pela frente. Se o pai
dele tivesse tido mais homens, se cercado deles, teríamos muitos para
preencher os cargos necessários; agora, só velhos ou jovens demais,
ninguém a quem recorrer. Os tios de nada adiantam, Mischa [grão-duque
Miguel, irmão mais novo do czar] é um amor de menino, mas...”
A carta da Czarina não foi completada mas ilustra o horror dela e do Czar á tragedia.
Resumindo: O Czar é inocente deste massacre. Deveria ter exposto o Exército mas não o fez, levando a culpa pela tragédia.