terça-feira, 30 de maio de 2017

Dedicação incansavel de Tatiana aos feridos e refugiados.

Na primavera de 1916, a crise de refugiados no Império Russo se
agravara enormemente, com algo como 3,3 milhões de pessoas, muitas delas
judeus  (  na  verdade  estes  eram  os  verdadeiros  inimigos  da  Família  Imperial ) desalojados do Pale, a zona de assentamento judaico na Rússia, pelo
combate no front oriental.



Com a necessidade urgente de mais abrigos,
orfanatos e cozinhas de sopão, a grã-duquesa Tatiana Nikoláevna publicou um
apelo sincero por auxílio a seu comitê na imprensa russa.



 “A guerra arruinou e
dispersou milhões de nossos pacíficos cidadãos”, escreveu ela.
Sem teto e sem alimento, os infelizes refugiados estão buscando abrigo por
todo o país [...]. Apelo a vocês, todas as pessoas de bom coração, que
ajudem os refugiados, física e moralmente. Ao menos lhes concedam o
conforto de saber que vocês compreendem e nutrem sentimentos por eles
em sua infinita miséria. Lembrem-se das palavras de nosso Senhor:
 “Pois
tive fome, e vós me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era estrangeiro, e vós me acolhestes” [Mateus 25,35).






O Comitê Tatiana buscou não apenas amparar os refugiados, mas
também registrá-los e reunir as famílias separadas pela guerra. Em particular,
trabalhou para assegurar o bem-estar das crianças — muitas chegando da zona
de guerra num estado lastimável, com inanição e cheias de piolhos —, fundando
orfanatos e escolas.



 No início de 1916, um sétimo lar para crianças refugiadas e
suas mães foi aberto em Petrogrado sob os auspícios do comitê. Ele foi fundado
por americanos na cidade, liderados pela esposa do embaixador, a sra. George
Marye; mais tarde nesse ano, os americanos doaram quinze ambulâncias para o
campo de batalha.


Os ingleses também colaboraram, enviando uma equipe de
enfermeiras e médicas para cuidar do British Women’s Maternity Hospital em Petrogrado, que o Comitê Tatiana estava apoiando com a soma de mil rublos por mes.


Após mais de um ano de guerra, a notícia sobre o trabalho exemplar da
imperatriz e de suas duas filhas mais velhas se espalhara na imprensa europeia.
Olga e Tatiana eram idealizadas como heroínas virtuosas, “As lindas ‘Irmãs
Brancas’ da guerra”, encabeçando um exército de “mulheres caridosas portando
o símbolo branco-neve da paz e a cruz vermelha da redenção”.



O jornalista
britânico John Foster Fraser lembrava que uma celebração “de três dias do Dia
da Bandeira para arrecadar dinheiro para os refugiados começou com uma
grande cerimônia religiosa diante da Catedral de Kazan”:



A ideia de ajudar as distantes vítimas da guerra veio da grã-duquesa Tatiana,
de dezessete anos [...]. Ela é alta, morena, bonita e brincalhona, e os russos
adoram-na [...]. Quando ela começou seu fundo para conseguir alimento e
roupas para o povo da Polônia, foi como o aceno de uma varinha mágica
[...]. A atração por suas lindas princesas era irresistível [...]. Teria sido difícil
encontrar uma vitrine em Petrogrado onde não houvesse uma grande
fotografia da jovem, com um olhar de soslaio levemente brilhante, como que a perguntar: “bem, quanto você doou?



Alexandra ficou deliciada em contar a Nicolau, em 13 de janeiro, que o
dia do nome de Tatiana “foi comemorado na cidade com grande pompa. Houve
um concerto e apresentações no teatro [...]. O retrato autografado de Tatiana foi
vendido junto do programa”.



O dinheiro obtido com a venda de cartões-postais
e retratos de Tatiana ia para os fundos de seu comitê. “Vi cavalheiros idosos
saracoteando pela Névski com uma longa fieira de pequenas fotografias da
princesa diante do peito rotundo, como a enfiada de medalhas no peito de umpolicial de Petrogrado”, relatou John Foster Fraser, “e isso é maravilhoso.




Tais
eram suas capacidades comprovadas como enfermeira que  no  outono Tatiana  recebera permissão para ministrar o clorofórmio nas cirurgias. Mas enquanto ela
continuava firme, sua irmã ainda frágil  e cada  vez  mais  melancólica  afundava  em depressão. “



Mesmo  quando  já  estava  prisioneira  com  sua  família  em  Tsar Koe Selo,
Tatiana, nesse meio-tempo, ansiava pelo anexo:

“É triste que agora que estamos melhor não possamos voltar a trabalhar no
hospital. É tão estranho estar em casa de manhã, sem fazer os curativos”. Quem
os fazia agora?, ela perguntou a Valentina.

“O que vai acontecer com nosso
velho hospital?” “Perdoe-me por tantas perguntas, querida Valentina Ivánovna,
mas é tão interessante saber o que está acontecendo com você. Lembramos
constantemente como era bom trabalhar no hospital e como todas nos dávamos
bem.














1 comentário:

  1. Sou apaixonada desde criança pela família Romanov. Tatiana é tudo o que você afirmou. Oro por eles e já sonhei muito com o czarevitch Alexei. Adorei conhecer seu blog. Obrigada.

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Maria Isabel.
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